quinta-feira, 21 de julho de 2011

Assentamento rural aguarda há dois anos conclusão de um serviço na caixa d'água

Obra inacabada já apresenta sinais de deterioração sem nunca ter sido utilizada

O problema de um serviço de caixa d’água inacabada continua prejudicando os moradores da zona rural de Mossoró. Há dois meses, a Inter Tv Cabugi mostrou a revolta dos moradores com o descaso mas até agora a solução não apareceu.

Confira na reportagem de Carlos Adams e Zenóbio Oliveira

Os moradores do assentamento Solidão em Mossoró continuam esperando a conclusão da obra da caixa d’água que já vem se arrastando há dois anos. Em maio nós mostramos o problema dos assentados.

– Está faltando muita coisa a ser concluída nessa obra. Uma adutora de 300 metros que era pra vir do poço até a comunidade e não chegou até agora e nós estamos esperando – diz Isaías Duarte, assentado.

Além da caixa d’água do assentamento Solidão, outros nove reservatórios com capacidade para 20 mil litros cada, continuam abandonados levando sol e chuva. Seu Tiquinho diz que o último serviço que o INCRA fez no assentamento foi colocar a caixa na estrutura de alvenaria a mais de 10 metros de altura.

– A instalação que eles fizeram foi tudo mal feita - afirma o agricultor, Francisco Targino “Tiquinho”.

Quando a caixa d'água foi colocada lá em cima da estrutura, os moradores pensaram que a situação da água começaria a ser resolvida no assentamento. Mas foi aí que apareceu um outro problema, as vigas de sustentação começaram a rachar, denunciando que os pilares feitos não oferecem segurança nem para aguentar a caixa de fibra seca , que pesa aproximadamente 280 quilos.

– Ainda não foi construída e já está com problemas . Está começando a trincar a viga, sujeito a cair em cima de uma criança ou de algum adulto que passar por perto e prejudicar a nossa comunidade- avalia - Djalma Pereira, agricultor.

O projeto das caixas d’água, que custou mais de 1 milhão e 200 mil reais aos cofres públicos, deveria beneficiar 10 comunidades rurais que sofrem com a falta d’água na região. No assentamento Solidão, enquanto o problema não é solucionado, os moradores improvisam o abastecimento com essa caixa de 5 mil litros.

– É um quebra-galho pra gente. Fica aí só para abastecer a comunidade e a gente fica aguardando a nossa obra que não foi concluída - afirma Isaías Duarte , agricultor.

Fonte: http://in360.globo.com/rn/noticias

Editado por ZeRepolho

sábado, 16 de julho de 2011

Adiós, hermanos!


Santa Fé (Argentina), 16 jul (EFE).- Em um clássico de grandes emoções no estádio Brigadier Estanislao López, em Santa Fé, o Uruguai derrotou a Argentina por 5 a 4 na disputa por pênaltis, depois de empate em 1 a 1 no tempo normal, que persistiu na prorrogação, e enfrentará o Peru na primeira das semifinais da Copa América.

O jogo entre uruguaios e peruanos, que também neste sábado bateram a Colômbia por 2 a 0, também no tempo extra, acontecerá na próxima terça-feira, no estádio Ciudad de La Plata.

A etapa inicial do clássico nos primeiros 90 minutos foi de muita movimentação, e a 'Celeste' saiu em vantagem logo aos cinco minutos. Após cruzamento de Forlán, Cáceres cabeceou para boa defesa de Romero, que, no entanto, não conseguiu evitar o gol de Pérez no rebote.

A resposta dos anfitriões não demorou a ser dada. Aos 17 minutos, Messi desceu pela direita e levantou na cabeça de Higuaín. O centroavante do Real Madrid, que contra a Costa Rica perdeu muitos gols, desta vez finalizou com precisão, no canto do goleiro Muslera.

Ainda antes do intervalo, aos 38, Pérez cometeu falta violenta em Gago, recebeu o segundo cartão amarelo e deixou a equipe do técnico Oscar Tabárez com um a menos.

Já o segundo tempo foi de poucas emoções. Um dos lances mais importante depois da volta dos vestiários aconteceu no meio de campo, aos 41 minutos. Mascherano derrubou Suárez e também foi expulso.

Um minuto depois, Muslera salvou os uruguaios com duas defesas em sequência. Tévez cobrou falta, a bola desviou, e o arqueiro salvou com os pés, mas deu rebote. Higuaín tentou, e a bola estourou no peito do camisa 1, que garantiu a realização do tempo extra.

Ainda na primeira etapa da prorrogação, no melhor lance dos 30 minutos finais, Higuaín acertou uma bola na trave de Muslera. Aos dez minutos, o atacante do Real Madrid foi acionado na esquerda, entrou na área e bateu rasteiro, carimbando o poste direito.

Aos 11 da etapa final, Messi saiu fazendo final na zaga celeste e, já dentro da área, tentou o chute, mas foi travado pela marcação. Na sobra, o camisa 1 ficou com a bola.
Na disputa por pênaltis, Carlos Tévez, possível novo reforço do Corinthians, errou o terceiro pênalti da equipe da casa e determinou a eliminação.

Fonte: http://br.esportes.yahoo.com/noticias

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terça-feira, 12 de julho de 2011

PT atola o Brasil até o pescoço no mar de lama da corrupção.

Os últimos dias mostraram um retrato destes oito anos e meio de PT no poder.

Depois do Caso Palocci, que escancarou o tráfico de influência que campeia o Palácio do Planalto, ficou comprovado que o Dossiê dos Aloprados foi ordenado pelo candidato Aloisio Mercadante (PT-SP), se considerarmos o testemunho gravado do petista Expedito Veloso.

Também ficou comprovado que o Mensalão existiu, haja vista as alegações finais da Procuradoria Geral da República, que pede 111 anos de cadeia para José Dirceu, o "chefe da quadrilha", além da condenação de 37 envolvidos, muitos deles com posição de destaque na base de apoio do governo Dilma.

Como se não bastasse, acaba de cair toda a cúpula do Ministério dos Transportes, envolvendo um partido, o PR, que pode ser chamado de Partido da Roubalheira, em todos os tipos de fraude em obras públicas, com o objetivo de fazer caixa de campanha para si e, segundo um dos envolvidos, para a própria campanha de Dilma Rousseff.

Acham que pára por aqui?

Não, também tem a Petrobras favorecendo a empresa de um senador do PMDB em licitação, abrindo um rombo de algumas dezenas de milhões nos cofres da estatal. A nossa "PeTrolera", cada vez com mais cara de PDVSA, que hoje vale menos que o seu patrimônio, achou por bem bancar a fiscal municipal e desclassificar uma proposta cerca de 30% mais barata porque a empresa ofertante não conseguiria pagar um ISS de no máximo 5% na cidade de Macaé.

No campo fértil da corrupção nas estatais, o BNDES está sendo chamado a pagar a conta de quase R$ 4 bilhões para um supermercado brasileiro comprar um supermercado francês, criando um gigante que vai dominar 33% do mercado brasileiro e cujo dono, casualmente, foi cotado para ser ministro da Dilma e seu apoiador de primeira hora.

Mas não vamos ser injustos com o governo federal, como se ele fosse o único ator neste mar de lama.

O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que governa o estado mais favorecido pelas obras do PAC, tem relações íntimas, turbinadas por potentes jatinhos e caríssimas festas em resorts, com o maior empreiteiro e com o maior empresário do Brasil, doadores e beneficiários de grandes projetos com dinheiro público, a maioria deles sem a devida licitação. Já o seu vice-governador, vulgo Pezão, um verdadeiro pé-de-chinelo perto de gang tão chique, acaba de desapropriar o cafofo do concunhado, por preço superfaturado, uma merreca de R$ 200 mil.

Querem a cereja do bolo? Então leiam o que José Dirceu, o "chefe da quadrilha" do Mensalão declarou em recente entrevista:

"Ocorre que nas hostes oposicionistas é costumeira a confusão entre o que se constitui loteamento de fato e o desejável e necessário preenchimento de cargos do alto escalão com critérios não somente técnicos, mas políticos... Em suma, não se pode atrair para funções-chave na administração pública pessoas alheias ou contrárias ao rumo maior de um governo -o que seria, inclusive, estelionato eleitoral".

Pelos últimos acontecimentos e pela qualidade do interlocutor, sem dúvida alguma o rumo maior deste governo é fazer do Brasil o país mais corrupto do mundo.

Fonte: http://lilicarabinabr.blogspot.com/

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segunda-feira, 11 de julho de 2011



Não houve propostas para leilão do trem-bala, diz ANTT

Como já era esperado pelo mercado, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) confirmou há pouco, via Assessoria de Imprensa, que não houve nenhuma proposta para o leilão do trem-bala brasileiro, planejado para ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

Apesar da recomendação do Tribunal de Contas da União de alterações no edital e dos pedidos do setor privado para uma postergação do processo licitatório, o governo decidiu manter para hoje a entrega das propostas. Mas no período estipulado, de 9 às 14 horas, nenhum investidor apareceu para esse fim na BM&FBovespa, em São Paulo.

O leilão estava marcado para o próximo dia 29. Mas como ocorreu o chamado no show, o governo deverá dar um novo prazo ou suspender o processo. Às 17 horas, o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, dará entrevista coletiva na sede da agência para prestar maiores esclarecimentos sobre o processo daqui para a frente.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com

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sábado, 9 de julho de 2011

ESTÁ TUDO DOMINADO



O sujeito me parou na rua: "Cadê os caras-pintadas? Cadê os caras-pintadas?" A mão no meu peito parecia disposta a impedir qualquer possibilidade de que a pergunta ou o perguntador fossem driblados. Era preciso responder. Respondi: "Você não está querendo sugerir que os caras-pintadas expressavam espontaneamente uma sentida revolta popular, está?". Ele me olhou surpres o: "Como que não? Como que não?". Em sua indignação ele dizia tudo duas vezes. Acho que uma para si mesmo e outra para mim.

Tentarei resumir o que falei àquele meu interlocutor. Ele não sabia que contingentes expressivos de caras-pintadas saíram às ruas para derrubar o Collor, não só porque ele forneceu motivos, mas, principalmente, porque faziam parte de uma grande corrente aparelhada pelo PT e seus parceiros, ou foram por ela levados a pintar o rosto.

Há muitos anos, desde antes da nossa redemocratização, teve início um processo revolucionário, de ação gradual, mediante infiltração e ocupação de espaços para tomada do poder através da cultura. Não foi e não é um fenômeno apenas brasileiro ou latino-americano. Trata-se de algo que aconteceu e segue acontecendo em todo o Ocidente. O Foro de São Paulo organiza o trabalho na América Latina e no Caribe e o Brasil é um dos casos de sucesso. A revolução é cultural, mas o objetivo é político: a esquerda no poder, para ficar.

A melhor maneira de mostrar o que aconteceu é adotar como ponto de partida não uma sequência cronológica de fatos, mas exibir a obra já feita, o produto acabado, porque não há consequência sem causa. Não há laranja sem que tenha havido laranjeira. Não há corrente sem que elos sejam criados e unidos. Não há hegemonia sem construção de hegemonia.

Vamos, então, às laranjas. Recentemente, houve eleição para o sindicato dos professores do Rio Grande do Sul. Digladiaram-se três chapas, sendo duas encabeçadas por petistas. A eleição se travou no que deveria ser o pior período possível para essas duas chapas. O magistério estadual acabara de ver frustradas as expectativas de que o governo Tarso fosse atender as exigências que seu partido, em coro com as lideranças classistas, fazia aos que o antecederam no Piratini. Calote puro e simples. Não bastante isso, o PT estava, nesses mesmos dias, adicionalmente, elevando a alíquota de contribuição previdenciária de todos os servidores com vencimentos superiores a R$ 3,6 mil. Pois o pacote de maldades em nada afetou o alinhamento ideológico do magistério público. As duas chapas de esquerda perfizeram mais de 90% dos votos! Por quê? Porque para gente bem doutrinada o projeto político subordina tudo e todos.

Com raras, raríssimas exceções, quando contemplamos, em visão de conjunto, a educação nacional, pública ou privada, leiga ou religiosa, em todos os níveis, a situação é a mesma. Através da Educação e seus agentes, já nas salas de aula do ensino fundamental, a hegemonia vai subindo os degraus do sistema, envolvendo professores e alunos. Não é por acaso que a UNE vem sendo comandada pelo PCdoB desde quando o Aldo Rebelo era adolescente. A porta de entrada dos cursos de pós-graduação raramente não inclui uma banca com o poder de filtrar as ideias que ganharão assento nas salas de aula. Daí para o domínio das carreiras de Estado, dos concursos públicos, e até mesmo de suas provas, não vai mais do que um passo de dedo.

Assim, aos poucos, as teses da esquerda foram vestindo toga e chegaram aos tribunais. Primeiro, como vozes discordantes. Mais tarde, nas câmaras, os desembargadores comprometidos com a revolução pela cultura perdiam por 2 a 1. Depois, inverteram o placar. Aos poucos, passaram a controlar os Plenos. Chegaram aos tribunais superiores. Hoje dominam o STF.

Mais laranjas da mesma laranjeira podem ser contempladas na mídia. Os textos que saem das redações, as pautas, os enfoques, as análises servem notavelmente à revolução através da cultura. Direita não presta, conservador é nome feio, as religiões são culpadas por todos os males, católicos são seres desprezíveis. Pouco importa que a posição editorial seja diferente quando a informação, o comentário, o tópico mais lido, a manchete que resume a matéria, o tom de voz do locutor experiente, a imagem selecionada para ir à tela, afirmam num outro viés. Na televisão, a hegemonia da Rede Globo facilitou o projeto, mormente no que se relaciona com o enfraquecimento da instituição familiar, a lassidão dos costumes, a agenda gay, a ridicularização da religião e dos valores ainda apreciados pela sociedade.

Mesmo que escrutine os escaninhos da memória, não é de meu conhecimento instituição mais una do que a Igreja Católica, ao menos nos últimos cinco séculos. Pois esse baluarte foi rompido internamente por dissensos ideológicos promovidos pela mesmíssima revolução através da cultura. Não há o que os dois últimos pontífices tenham afirmado desde 1978 que seja capaz de afastar a CNBB, a maioria dos bispos, padres e seminaristas da herética Teologia da Libertação (TL). Nada nem ninguém prestou melhor serviço à hegemonia da esquerda do que a TL quando substituiu o pobre dos Evangelhos pelo excluído em nome do qual ela se proclama formulada. O pobre dos Evangelhos é objeto da caridade cristã, da virtude do amor ao próximo. O excluído da TL é parte ativa de um projeto revolucionário. Serviço feito.

Eu poderia prosseguir, apontando obviedades como a hegemonia exercida sobre os sindicatos e suas centrais, os movimentos sociais, a Justiça do Trabalho, a maior parte dos conselhos profissionais e suas confederações, as associações de bairro, e por aí afora. Mas não creio que seja mais necessário. Já provei o que queria. Note-se: tudo isso foi feito antes de Lula chegar lá.

Quando ele chegou, completou o serviço promovendo o encontro de todas essas estruturas - que o PT chama de "sociedade civil organizada" (por ele, claro) - com a brutal concentração de poderes que constitucionalmente convergem à pessoa do presidente e ao seu partido: chefia simultânea do Estado, do governo e da administração, das estatais e fundos de pensão; comando das principais fontes de financiamento interno (BB, BNDES, CEF), de 24% do PIB nacional, de poderosas e polpudas contas de publicidade capazes de excitar favoravelmente parcela expressiva da mídia; poderes para legislar por medida provisória, nomear ministros dos tribunais superiores, conceder e renovar concessões de emissoras de rádio e tevê, criar e distribuir cargos e favores.

Se o partido do governo detém tal poder e, simultaneamente, controla tudo que está organizado na sociedade, de onde, raios, poderão surgir os caras-pintadas? Das piedosas senhoras idosas da hora do Ângelus? Do clube de mães da vila Caiu-do-céu? O que podem eventuais organizações não alinhadas, dispersas e desprovidas de qualquer poder, contra quem coloca quatro milhões de militantes numa Parada Gay?

Nesse ponto, meu interlocutor já queria ir embora e era eu que o travava colocando a mão sobre seu peito. "Mas ainda existe a oposição! Ainda existe a oposição!", bradou, por fim, em sua desesperada dose dupla de santa ira. "Oposição? Não há oposição política no mundo capaz, neste momento, de sequer arranhar a teflon da máquina hegemônica petista. A blindagem não é do Palocci, da Erenilda, do Lula ou do filho do Lula. O que está blindado é o projeto revolucionário, o projeto de poder. É de setores do próprio PT que surgem, eventualmente, problemas para o PT. E quando a oposição política mais forte leva o nome de "dissidência", é porque está tudo dominado e o totalitarismo está instalado". Quod erat demonstrandum.

Percival Puggina (66) é titular do blog www.puggina.org, arquiteto, empresário e escritor, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

Fonte: http://lilicarabinabr.blogspot.com/

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Advogado de Marcos Valério quer provar que mensalão nunca existiu



Apontado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como principal operador do mensalão, o empresário Marcos Valério disse nesta sexta-feira (8/7), por meio do advogado dele, Marcelo Leonardo, que as alegações finais do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entregues ontem (7) ao Supremo Tribunal Federal (STF), não representam “nenhuma novidade”. Como parte da defesa que fará no STF, o advogado disse que pretende comprovar que o mensalão não existiu.

“As alegações finais do procurador-geral da República constituem uma repetição da denúncia, o que é natural por parte do órgão oficial de acusação. Portanto, para nós, não representam nenhuma novidade. Era de se esperar que ele pedisse a condenação das pessoas em relação às quais foram oferecidas denúncia”, disse o advogado de Marcos Valério à Agência Brasil.

Ele adiantou que, na volta do recesso do STF, em agosto, pretender mostrar aos ministros que não houve o chamado mensalão, mas sim, crime de caixa dois durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.

“Na nossa visão, na instrução do processo na fase judicial, as provas foram amplamente favoráveis à defesa. Vamos fazer uma exposição para mostrar a profunda diferença que existe entre a visão do procurador (Gurgel) e da defesa’, argumentou Leonardo.

O advogado sustenta que o mensalão não existiu nem para as testemunhas do processo. “Foram ouvidas mais de 600 testemunhas no processo e nenhuma delas fala que os parlamentares da base aliada receberam dinheiro para votar a favor do governo. De todas as testemunhas ouvidas, não teve uma sequer que confirmasse a versão atribuída ao ex-deputado Roberto Jefferson (autor das denúncias de existência de um esquema para compra de apoio político por parte do governo Lula)”.

Com base nos depoimentos colhidos até agora, o advogado sustenta que o que houve foi um acordo entre os partidos para o pagamento de “colaboração nas respectivas campanhas eleitorais e os valores recebidos eram destinados para custear despesas de campanha”. Assim, estaria caracterizado, segundo Marcelo Leonardo, apenas crime eleitoral, e não crime de corrupção.

“Caixa dois é crime eleitoral. Uma coisa é a acusação de corrupção passiva (considerada mais grave e com penas mais altas), outra é a existência de caixa dois de campanha eleitoral. Um está definido no Código Penal e outro no Código Eleitoral e as penas respectivas são completamente diferentes”, pontuou.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Reforma Agrária: enfrentar o latifúndio e democratizar o campo.

Oito anos e meio após a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a reforma agrária ainda enfrenta entraves no país. Apesar dos avanços conquistados na área social, a concentração de terra cresceu cerca de 1%, segundo dados divulgados em 2009 pelo IBGE. Com isso, os índices de desigualdade aumentam, a agricultura familiar perde espaço e o setor produtivo no campo sofre desvalorização. Fica para o governo Dilma retomar a questão, apresentando uma política mais efetiva para o problema. Por Fabíola Perez

Eles acordam e logo cedo já vão para as cooperativas cuidar da plantação. Lá, os pequenos agricultores cultivam arroz, feijão, alface, mandioca, entre outros produtos que compõem o prato dos brasileiros. Mais precisamente, 75% dos alimentos produzidos e consumidos no país vêm da agricultura familiar e 25% ficam por conta do agronegócio.

“O objetivo do agronegócio não é produzir alimentos que vão para a mesa das pessoas, ele está voltado à produção de soja, milho, cana-de-açúcar e carne bovina. Quase 100% dessa produção são destinados à exportação, e o Brasil tem se especializado cada vez mais em produzir essas commodities”, explica o membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Antonio Neto.

De acordo com Neto, a política de reforma agrária que existe hoje no Brasil é uma continuidade dos últimos anos. “Uma política que não enfrenta o latifúndio, não mexe na concentração de terra, que é a raiz do problema”. O coordenador explica que o principal problema do agronegócio é que ele mantém uma estrutura histórica baseada na concentração de renda, de terra, na monocultura e na exportação. “O agronegócio demanda uma grande quantidade de terra especializada e de agrotóxico. O Brasil se tornou um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Cada brasileiro consume seis litros de agrotóxicos por ano”, estima Neto.

A política de geração de empregos no campo, segundo Neto, também não é incentivada pelo agronegócio. Ao contrário, com a produção muito mecanizada, um hectare de terra é capaz de produzir apenas um emprego direto. Com a agricultura familiar, explica ele, o número de trabalhadores empregados chega a quadruplicar. “Somos a favor de uma tecnologia que favoreça a produção diversificada”.

Para João Pedro Stedile, membro da coordenação nacional da Via Campesina e também do MST, a necessidade de um programa sério e massivo de reforma agrária para fixar a população no campo e combater o êxodo rural é pujante. O movimento defende um programa de difusão de agroindústrias cooperativas por todo o país, combinado com políticas de produção de alimentos sadios, preservação de sementes e difusão de técnicas agroecológicas, que evitem o uso de agrotóxicos.

Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), David Wylkerson Rodrigues de Souza, a alternativa mais eficiente para promover a reforma agrária no país ainda é a mobilização dos agricultores e uma pressão mais efetiva por parte do governo. “Acreditamos na conscientização das massas, sem atingir direitos de terceiros, mas reivindicando o direito daqueles que querem um pedaço de terra para plantar e produzir”, enfatiza.

Atualmente, cerca de sete milhões de trabalhadores rurais não têm acesso à terra. Para Wylkerson, um dos fatores responsáveis pela má distribuição de terra no Brasil é a falta de vontade e de decisão política. “Só com os instrumentos criados pelo governo não houve muitos avanços. Existe uma desigualdade na ocupação dos espaços de poder, o poder econômico, por exemplo, está nas mãos do latifúndio”, explica o secretário.

Balanço de governo

Embora a concentração de terra tenha sofrido um aumento durante da gestão do ex-presidente Lula, uma das políticas que merece reconhecimento, segundo Wylkerson, é a dos assentamentos. De acordo com o secretário-geral da Contag, a qualidade e a infraestrutura oferecida nos assentamentos evoluiu. “Quando uma área é transformada em assentamento, lutamos para a região ter eletrificação, saneamento básico e condições mínimas para viver”, conta ele. “Nesse aspecto, a política evoluiu bastante. Antes, só se dava a terra para o agricultor se virar, hoje as residências são de mais qualidade”.

Para Wilkerson, foi também durante os últimos anos que os movimentos sociais deixaram de ser marginalizados. “O governo reconheceu a importância da luta política pelo direito à terra e passou a estabelecer um diálogo com os movimentos sociais ”, afirma. Para o próximo ano de governo da presidente Dilma Rousseff, o secretário revela que a Contag terá como desafio a revisão dos índices de produtividade da terra. Com isso, explica ele, a tendência natural é que a concentração de terra diminua e haja um estímulo para o desenvolvimento no campo.

No último mês de maio, o governo lançou o Plano Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema, que pretende contemplar 1,5 milhão de famílias que ainda não têm acesso ao Bolsa Família e vivem em condição de pobreza extrema. Entretanto, para o membro da coordenação do MST, a miséria não será combatida sem a implementação da reforma agrária. “Queremos uma política de geração de empregos que valorize a atuação no campo, que direcione recursos e permita a prática de uma política de agroindustrialização”, defende Neto.

Os números são alarmantes. A sociedade brasileira está entre as dez mais desiguais do mundo. Apenas 5% das famílias mais ricas controlam quase metade de toda a riqueza produzida a cada ano. Um por cento dos grandes proprietários de terra que possuem fazendas acima de mil hectares são donos de 40% de todas as terras do país. É sob este contexto que Neto caracteriza a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) como porta-voz do agronegócio. “A CNA centraliza os maiores produtores rurais, os grandes responsáveis pelas mortes no campo. E ainda quer propagandear que o agronegócio é o responsável pelo desenvolvimento no país”, ressalta.

Agroindustrialização

Para o agrônomo e secretário de Organização do PCdoB-SP, Marcelo Cardia, o Brasil conheceu algumas oportunidades históricas para promover a reforma agrária. “Desde o fim da escravidão, quando a mão de obra deixou de ser escrava, passando pela revolução de 1930 e pelo golpe militar de 1964, até a Nova República, em 1988, a política brasileira criou cenários favoráveis a uma melhor distribuição de terras”, analisa ele.

Segundo Cardia, até a década de 1960 a maioria da população era rural e a minoria, urbana. “No início dos anos 1960, a reforma agrária era necessária para o desenvolvimento das forças produtivas no campo. Após esse período, o capitalismo passa a ser hegemônico, então, a reforma agrária deixa de ser necessária para o desenvolvimento econômico do capitalismo. O capitalismo se desenvolveu no campo e o Brasil é uma potência agrícola”, explica.

Cardia avalia que atualmente a reforma agrária deve ser compreendida não apenas como uma redistribuição de terras. “Antigamente, para se produzir, bastava oferecer a terra e o trabalho. Hoje, é necessário oferecer a terra, o trabalho e os insumos de serviços industriais como, por exemplo, máquinas e sementes. A cadeia produtiva tem uma série de exigências”, pontua ele. “A agricultura faz parte dessa cadeia, que não pode ser tratada de maneira isolada. O seu desenvolvimento depende da indústria e do comércio”, alerta.

É da ideia de que não existe reforma agrária sem um processo de industrialização que nasce o conceito de agroindustrialização. Cardia ressalta que, mesmo com um aumento na concentração de terra, o Brasil desenvolveu sua agricultura. Para ele, o modelo ideal de reforma agrária está baseado na distribuição de terras com base na organização de cooperativas, agroindústrias e na agricultura familiar.

“A terra deve ser parcelada em forma de propriedade familiar, em regime cooperativo, com acesso ao crédito e à técnica, a equipamentos, preço mínimo, seguro agrícola, e direcionada para uma agroindústria avançada, de modo a elevar a qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias”, defende Cardia.

Fonte: http://www.vermelho.org.br

Editado por ZeRepolho

Pedido de prisão dos réus é um avanço, diz relator da CPI dos Correios.


O pedido de prisão de 36 das 40 pessoas apontadas pela CPI dos Correios, em 2006, como participantes no mensalão, um esquema de compra de apoio político no Congresso Nacional, representa um avanço da Justiça brasileira no combate aos crimes de “colarinho branco”. A afirmação é do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), na época relator da comissão e responsável pelo requerimento à Procuradoria-Geral da República de indiciamento dos apontados como envolvidos no esquema, entre eles, o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o atual secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP).

Serraglio disse que fica satisfeito, porque não há interferência nas investigações conduzidas pelo Ministério Público. "Neste momento, o procurador Roberto Gurgel terá o mandato renovado, não foi sabatinado pelo Senado, e já atua com independência. Com certeza, já foi um avanço (no combate aos crimes de colarinho branco), uma melhora absoluta.”

Para o deputado, o julgamento das 36 pessoas denunciadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) será um momento histórico para o país. Ele acredita que, até o fim deste ano ou início de 2012, os ministros do Supremo estarão prontos para julgar os denunciados no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão.

“No fim do ano, ou no início do ano que vem, o Supremo dedicará dois, três ou quatro dias, com sessões de manhã, de tarde e de noite, dedicado só a isso. Como são muitos os réus, serão muitos advogados, cada um com 20 minutos para falar. Imagina até onde vai isso”, ressaltou Serraglio, para dar a dimensão do julgamento.

Das 40 pessoas inicialmente apontadas como participantes do mensalão, a Procuradoria-Geral da República excluiu quatro: José Janene, ex-deputado do PP, já falecido; Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação, por falta de provas; o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira, que fez acordo com o Ministério Público para não ser processado em troca da prestação de serviços comunitários; e Antônio Lamas, irmão de Jacinto Lamas, um dos operadores do esquema e assessor do secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, na época presidente do PL.

O líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), um dos sub-relatores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, disse esperar que o STF conclua “com rapidez” o julgamento dos indiciados. “A CPI dos Correios merece destaque porque foi a última comissão de inquérito que deu resultado. Daí em diante, o governo passou a manobrar para que as CPIs não tivessem andamento e, agora, com absoluta maioria, impede essa prerrogativa garantida à minoria”, acrescentou.

O presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), limitou-se a dizer que o procurador Roberto Gurgel cumpriu o prazo que tinha para encaminhar as alegações finais dos pedidos de condenação ao Supremo. Para Sarney, a mensagem que se passa para a opinião pública é de que os processos estão “caminhando”. Segundo ele, ainda “levará algum tempo” para a conclusão e julgamento da ação, uma vez que as pessoas apontadas como integrantes do mensalão farão, agora, sua defesa.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

Editado por ZeRepolho

Reforma agrária: uma “história de oportunidades perdidas"

Há mais de 70 anos, a questão fundiária vem sendo debatida por diferentes governos no Brasil. Neste contexto, a reforma agrária se consagra como artifício fundamental para reduzir a desigualdade e avançar na redistribuição de terra. Críticos do descaso do Estado com o tema, especialistas apontam a ausência de políticas públicas para o desenvolvimento do campo. Para eles, a reforma é alvo de uma “síndrome de ausência do compromisso” e, de tempos em tempos, é excluída da agenda política nacional. Por Fabíola Perez

“A reforma agrária no Brasil é uma história de oportunidades perdidas”. É com essa frase que o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) José Juliano de Carvalho Filho avalia a questão fundiária no país. Para ele, que também é membro da Associação Brasileira da Reforma Agrária (Abra), o compromisso político com o tema desapareceu e hoje a reforma agrária já não está entre as perspectivas do governo.

Leia também: Reforma Agrária: enfrentar o latifúndio e democratizar o campo

Segundo o especialista, promover a reforma significa distribuir riquezas, terras improdutivas e, sobretudo, saber exatamente a quem as mudanças serão destinadas. “Todo o modelo econômico do país precisa ser repensado e isso exige muita conscientização popular. Trata-se de uma nova maneira de enxergar o país e de pensar o seu desenvolvimento”, explica Carvalho.

Crítico da ausência de políticas públicas para sanar o problema, o professor afirma que a reforma agrária “nunca deixou de ser uma pequena política” aos olhos do poder público. A grande política, explica, está nos ministérios da Fazenda, da Agricultura – daí a história de frustrações contínuas.

Do lado do governo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, tem afirmado que a distribuição de renda e a reforma estão no centro do modelo de desenvolvimento adotado pela atual gestão. Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro rebateu as críticas dos movimentos sociais e negou que a situação esteja parada. “A reforma agrária no Brasil está sendo feita dentro das regras da lei e do pressuposto da responsabilidade fiscal, com o orçamento”, explica.

Diferentemente de seus antecessores, Florence – que ocupa o ministério há seis meses – não anunciou a ampliação da reforma com grandes metas de novos assentamentos e vem insistindo na chamada inclusão produtiva. De acordo com o ministro, dos 28 milhões dos brasileiros que o governo anuncia que saíram da pobreza, 4,8 milhões estão na área rural, e 60% desse contingente teve um incremento da renda de trabalho – segundo Florence, graças ao apoio dado à agricultura familiar. “Há uma nova dinâmica de mercado, uma nova dinâmica na produção de alimentos”, acredita.

No entanto, pesquisas ainda apontam o Brasil como o país com a décima maior concentração de renda do mundo, sobretudo no que se refere à estrutura fundiária. “Foi durante o regime militar que se iniciou o processo de modernização da agricultura brasileira – o país alcançou um desenvolvimento capitalista. Nos anos 1970, a modernização adotou um caráter conservador”, comenta o professor. Segundo ele, hoje a situação surge de uma maneira ainda pior. “Agora, é o capital transnacional que comanda sem barreiras todo o processo”, pontua o especialista.

Carvalho explica que as consequências desse processo impactam principalmente nas condições de trabalho no campo. De acordo com ele, alguns estudos comprovam casos de morte de trabalhadores devido à exaustão física. A esperança de obtenção de empregos cai por chão com a exigência da mão de obra especializada. “As máquinas usadas ao longo do processo já detêm a tecnologia necessária”, enfatiza.

Para realizar a reforma agrária e reverter o cenário de desigualdade social no país, o especialista aposta na conscientização popular. “O caminho para conseguirmos promover a reforma passa pela conscientização pública, que é muito difícil de ser conquistada, considerando que todos os meios de comunicação adotam uma postura totalmente conservadora e contrária ao debate”, acredita Carvalho. “O grande problema no Brasil é que não se admite que o pobre seja livre – se ele for, será reprimido. Isso já ocorreu em vários períodos da história brasileira”.

Compromisso histórico

A luta pela reforma agrária no Brasil também é marcada pela força e pressão dos movimentos sociais que, ao longo de diferentes momentos históricos, ajudaram os camponeses a reivindicar direitos pela terra junto ao governo. Porém, essa batalha só ganhou um viés político, de fato, com as Ligas Camponesas, fundadas em 1945, em Pernambuco, sob a coordenação do Partido Comunista do Brasil.

Nos anos seguintes, o país protagonizou uma evolução considerável nas lutas reivindicatórias. É a partir de 1961, no 1º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, que as Ligas assumem abertamente a luta pela reforma agrária e, com isso, algumas lideranças passam a ser alvo frequente de repressão. Às vésperas do golpe militar de 1964, lideranças políticas acusaram as Ligas Camponesas e as medidas reformistas tomadas pelo presidente João Goulart de serem o estopim para a “revolução”.

Após esse período de ruptura, em decorrência da extinção das Ligas e do início da ditadura, a luta pela reforma agrária volta a ganhar força em 1979, impulsionada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). E, finalmente, na década de 1980, surge o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com o apoio das Comissões Pastorais da Terra (CPTs) – movimento de luta camponesa com a colaboração da Igreja Católica –, dos partidos de esquerda e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Com o Plano Nacional de Reforma Agrária, em 1984, o movimento ganha projeção nacional, fortalecendo a ocupação de terras previstas para serem desapropriadas e pressionando o governo para assentar famílias instaladas em acampamentos. “É interessante notar como a reforma agrária é recolocada na agenda pública. Ela não é abordada essencialmente por intelectuais ou por políticos – é trazida pelos movimentos que, por meio de batalhas e massacres, tentam estabelecer um diálogo com os governantes”, ressalta Carvalho.

Hoje, analisa o especialista, ao olhar para o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), percebe-se que o país voltou ao modelo primário exportador.

“Os produtos de baixo valor estão crescendo na pauta da exportação. O balanço comercial favorece cada vez mais a exportação de commodities, e o governo fica refém das forças mais retrógradas no Congresso”, explica Carvalho. “Esse modelo, que não prioriza a reforma agrária, não vai nos levar a ser potência”.

Fonte: http://www.vermelho.org.br

Editado por ZeRepolho

domingo, 3 de julho de 2011

Fim da árvore genealógica...

Por Maria Helena R. R. de Sousa

Mãe, vou casar!
Jura, meu filho?! Estou tão feliz! Quem é a moça?
Não é moça. Vou casar com um moço... O nome dele é Murilo.
Você falou Murilo??? Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
Nada, não... Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
Problema? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho.
Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea... E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo?
Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
Tá! Biscoito... Já gostei dele... Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui?
Por quê?
Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
Você acha que o Papai não vai aceitar?
Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver... Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade. E olha que espetáculo: as duas metades com bigode.
Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays.
Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
A Bel já tá namorando.
A Bel? Namorando?! Ela não me falou nada... Quem é?
Uma tal de Veruska.
Como?
Veruska...
Ah!, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
Mãe!!!...
Tá..., tá..., tudo bem... Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto.
Por que não? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides e a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
Quando ele era hétero... A Veruska.
Que Veruska?
Namorada da Bel...
"Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero...
De quem?
Da Bel.
Mas logo da Bel?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito.
Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska?
Isso.
Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
Em termos...
A criança vai ter duas mães: você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
Por aí...
Por outro lado, a Bel.... além de mãe, é tia... ou tio... Porque é tua irmã.
Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
Só trocar, né? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
Exato!
Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi...
Entendeu o quê?
Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
Que swing, mãe?!!
É swing, sim! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra...
Mas...
Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio...
A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
Sei!!! E quando elas quiserem ter filhos...
Nós ajudamos.
Quer saber? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide.
A única coisa que eu entendi é que...
Que....?
Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser... fogo!

Fonte: http://homorrealidade.blogspot.com

Editado por ZeRepolho