BRASIL – Opinião
Dilma
preside a escuridão que Lula fingiu ter revogado
“Um
apagão é um problemaço”, escreveu em sua coluna o jornalista Carlos Brickmann.
“Três apagões em 34 dias são mais do que três problemaços: são uma indicação de
que o sistema brasileiro de energia enfrenta problemas. Pior: o governo sabe
dos problemas, tanto que teme falta de luz quando acaba uma novela; e continua
brincando de explicar”.
Postado
por Toinho de Passira
Texto
de Augusto Nunes, para a Veja
Fonte:
Blog
do Augusto Nunes
Nomeado
ministro de Minas e Energia em janeiro de 2008, Edison Lobão mostrou já no
primeiro apagão que o padrinho José Sarney indicara o homem errado para o cargo
errado: em vez de anunciar o que faria para tirar da UTI o sistema de
distribuição de energia, o agregado da Famiglia rebaixou o que ocorrera a
“interrupção no abastecimento de eletricidade”. Há um mês e meio, quando mais
uma pane escureceu as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, foi a vez de Hermes
Chipp, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, recorrer a
malandragens semânticas para desdenhar do perigo.
“O
que aconteceu foi um ‘apaguinho’ e não um apagão, como o de 2001″, fantasiou
Chipp. “Esse durou pouco tempo”. Por tal critério, tampouco fora apenas um
“apaguinho” o blecaute que, dois meses antes, afetara a região Nordeste. Por
ordem de Lula, não existe apagão no Brasil Maravilha que o chefe pariu e Dilma
Rousseff amamenta. Esse tipo de escuridão foi inventado por Lula e revogado em
2003 pelo maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Alguém
esqueceu de avisar o ministro interino Márcio Zimmermann, surpreendido na
madrugada desta sexta-feira pelo sumiço da energia elétrica em todos os nove
Estados do Nordeste e parte da região Norte. O substituto de Lobão, convém
ressalvar, evitou disciplinadamente a palavra proibida: nas entrevistas que
concedeu, apagão virou “evento”. Mas pelo menos não fez de conta que a situação
é tão boa que, se melhorar, estraga. Já é alguma coisa.
“Há uma diminuição de confiabilidade no sistema elétrico
brasileiro”, reconheceu Zimmermann. “O quadro não é normal”. O que o interino qualifica de
anormal pode ser a antessala do colapso. Ministra de Minas e Energia entre 2003
e 2007, Dilma Rousseff nunca foi além de remendos. A troca de Dilma por Edison
Lobão serviu apenas para reafirmar que, no Brasil, o que está péssimo sempre
pode piorar.
Em
2001, Fernando Henrique Cardoso admitiu a existência de carências graves e enfrentou
a crise sem malandragens de palanqueiro. Lula e Dilma preferiram varrer o
problema para baixo do tapete. Junto com milhões de brasileiros que seguem
dormindo o sono dos crédulos profissionais. Dilma pode acordar no meio da
escuridão que, embora revogada por Lula, não terá prazo para terminar.
“Um
apagão é um problemaço”, escreveu em sua coluna o jornalista Carlos Brickmann.
“Três apagões em 34 dias são mais do que três problemaços: são uma indicação de
que o sistema brasileiro de energia enfrenta problemas. Pior: o governo sabe
dos problemas, tanto que teme falta de luz quando acaba uma novela; e continua
brincando de explicar. A última: “não é apagão, é apaguinho”.
Brickmann
endossa o alerta do especialista Ildo Sauer, professor da USP: “Uma parte do
sistema é cinquentão e deveria ter passado por um processo de manutenção e
substituição. A indicação mais óbvia de que isso não ocorreu são os apagões”. E
encerra a nota com a localização do paradeiro de Edison Lobão: “O ministro das
Minas e Energia está hospitalizado em São Paulo. Ele sabe o que faz: no
Hospital Albert Einstein, há ótimos geradores”.
É
isso.
*”Os
apagões advertem: Dilma pode presidir a escuridão que Lula fingiu ter revogado”
- é o título original do texto
**Acrescentamos
subtítulo, foto e legenda a publicação original
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